quinta-feira, 26 de setembro de 2013 |
Obrigação de manter dois balanços é um retrocesso |
Decisão da receita federal pode trazer “transtornos inimagináveis” para as empresas na visão de Carlos Biedermann, sócio da PwC na região sul e parceira de AMANHÃ em 500 Maiores do Sul, levantamento feito com base em balanços Por Marcos Graciani Anunciada na semana passada, a decisão da Receita Federal de obrigar a empresas a prepararem dois balanços preocupa contadores e auditorias independentes. O Fisco determinou que as companhias sigam critérios anteriores à entrada em vigor das normas contábeis internacionais (IFRS), publicadas em 2008. Por causa da nova diretriz, algumas companhias, em certos casos, poderão ser autuadas por terem pago menos impostos desde 2008, quando começaram a aplicar o IFRS. “Levar as organizações a manter duas contabilidade pode trazer transtornos inimagináveis. Como já decorrem mais de três anos da implementação das mudanças, o custo de refazer a contabilidade será enorme e, muitas vezes inócuo, mas necessário para mostrar ao Fisco os efeitos, sob pena de arbitramento do lucro com graves consequências fiscais”, complementa Biedermann. “Há que haver bom senso das autoridades fiscais para que esta instrução seja revista, para não impor mais custos desnecessários as empresas, já exauridas na sua capacidade de contribuição, e isto sem falar na perda de competitividade com nossos concorrentes de outros países”, alerta Biedermann. Em nota, Juarez Domingues Carneiro, presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), se mostrou contrário ao novo método. “As alternativas hoje em uso se mostram suficientes para atendimento à boa informação contábil para fins societários e também tributários, e essa nova metodologia apenas acrescenta maior peso ao denominado Custo-Brasil”, escreveu. O CFC deve reabrir o diálogo com a Receita Federal de modo a tentar demover o Fisco da decisão tomada. |
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