sábado, 20 de abril de 2013

"Investidor é o grande beneficiário do IFRS"


GESTÃO DE RECURSOS

"Investidor é o grande beneficiário do IFRS"


No Brasil, curso de formação visa preencher lacuna de falta de profissionais
Por: Carolina Spillari em 19 de Abril de 2013
"Não temos profissionais capacitados" em IFRS no Brasil, admitiu Amaro Gomes, atual membro do IASB (Conselho de Normas Contábeis Internacionais) e ex-chefe do Departamento de Normas do Banco Central do Brasil, durante a aula magna de abertura do Curso de Formação de IFRS da FBM, Escola de Negócios, na BM&FBovespa, na noite da quinta-feira, 18. IFRS é a sigla designada para normas internacionais de contabilidade.
No Brasil, as informações contábeis estão em um processo de aperfeiçoamento. "IFRS foi um grande passo do Brasil no sentido de melhoria de qualidade das informações. Mas ainda temos desafios a serem superados com trabalho", afirmou.
Nesse contexto, o IASB busca fazer cursos de capacitação. "Temos um grande desafio no IASB, que é a definição de alta qualidade. Cada um tem uma percepção do que é elevada qualidade. O que pode ser alta qualidade para quem mora numa casa com poucos recursos como TV, água corrente, energia elétrica é diferente de outro que está acostumado com outro ambiente."
Conforme Amaro Gomes esse balanço de alta qualidade reflete principalmente no desenvolvimento de normas que são utilizadas em um grande número de países, mais de 120, que adotam o padrão IFRS. "Estamos tentando aprimorar mais essa percepção do quem de fato usa IFRS. Nem todos estão como o Brasil, por exemplo, e estão em versões anteriores: 2007, 2008."
As normas são desenvolvidas de maneira independente, explica o executivo. "Somos 16 representantes de países diferentes, com um para a América Latina." As normas tem como o principal foco o investidor, além do conjunto de stakeholders e usuários. "O investidor deve ser o grande beneficiário dessas normas", enfatiza.
De acordo com o integrante do IASB, a informação contábil tem que ser de qualidade, ser comparável e ter credibilidade associada a essa informação. "Com isso o processo de tomada de decisão é muito mais eficiente. A decisão para alocação de recursos é muito mais ágil, portanto, direcionada a investimentos que conduzam um retorno adequado à expectativa de consumidor."
Dentro do mercado há dois tipos de investidores. Os do lado do sell side e os do buy side.  O primeiro caracteriza os investimentos de curto prazo e o segundo de longo prazo. Quem faz os investimentos de longo prazo tem o objetivo de retorno ao longo do tempo e não para se beneficiar exclusivamente das movimentações de mercado.
As nações buscam recursos e competem por recursos de investidores. "Os mercados emergentes estão pondo em cheque o retorno em mercados maduros", opina. De acordo com Amaro Gomes há uma correlação positiva entre sistemas financeiros eficientes e desenvolvimento econômico. "A melhor combinação de sistemas financeiros eficientes é sistema com um mercado de capitais forte, em todos os aspectos (quantidade de empresas, liquidez e volume) e um mercado financeiro de intermediação financeira, de crédito, que seja sólido e resiliente. Estamos caminhando para isso e temos muito a avançar."
 

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